O primeiro painel do domingo (08), no FORESPE 2009, trouxe a temática “Caridade Espírita: Assistencialismo ou Promoção Humana?”. O primeiro sub-tema foi apresentado pelo secretário executivo de Assistência Social de Pernambuco, Acácio Carvalho, que abordou a temática: “A Política Nacional de Assistência Social – uma visão de Estado”.
Em sua exposição, Acácio apresentou um histórico da assistência social no mundo passando pelas diversas eras e situações. Segundo ele, foram as religiões as grandes promotoras desse tipo de atividade, começando pelo judaísmo. O Cristo trouxe a consolidação dessa assistência colocando-a de forma desinteressada e atuante na promoção do bem estar do outro.
Acácio Carvalho durante palestra no Forespe
Ele apresentou ainda os trabalhos atualmente desenvolvidos pela Política Nacional de Assistência Social no Brasil, mostrando como ela funciona, que tipo de atividades desenvolve, o que ela significa e como se faz para participar dessa rede. Acácio Carvalho trouxe principalmente, as ações desenvolvidas no Estado de Pernambuco.
Ao fazer uma avaliação do tema dentro do Movimento Espírita, Acácio Carvalho, que também já atuou em trabalhos como distribuição de sopa e de cestas básicas em instituições antes de tornar-se secretário de Estado, destacou que o maior problema hoje é que os dirigentes espíritas desconhecem a política oficialmente praticada no país. “O movimento desconhece a estrutura pública oficial. Com isso, em algumas oportunidades ele mais atrapalha do que ajuda, sem ter noção disso”, afirmou.
Para embasar essa sua colocação, ele citou dois exemplos. O primeiro foi com relação a distribuição de sopa na rua que, segundo ele, estimula as pessoas a morarem no meio da rua. “Temos hoje no Estado 80 unidades do Programa Vida Nova que atende à pessoas que ficam nas vias da cidade. As casas espíritas ao invés de levarem essas doações para a rua poderiam levar para esses abrigos, o que desestimularia as pessoas a irem pedir nos sinais”.
Outro ponto destacado por ele foi a entrega de esmolas. “As pessoas não sabem, mas a permanência de crianças e adolescentes em sinais e esquinas é crime. A mãe que estiver com uma criança de colo pode inclusive perder a guardar do menor. Ao invés de darmos a esmola, poderíamos nos unir a ações oficiais já existentes para fortalecer o trabalho de assistência com e dar-lhe mais qualidade”, destacou Acácio Carvalho.